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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Review: Magna Carta Holy Grail - Jay Z

Magna Carta Holy Grail é o 12º álbum de estúdio do rapper americano Jay Z. O disco foi lançado em julho de 2013, em uma parceria inédita com a Samsung, que garantiu o álbum de graça aos primeiros 1 milhão de usuários que baixaram o aplicativo do álbum. Apesar de não ser um dos melhores trabalhos do rapper do Brooklyn, tem músicas muito boas, e foi indicado aos Grammys de melhor álbum de rap, além de melhor música de rap, com Holy Grail, melhor performance de rap, com Tom Ford, e melhor colaboração de rap, com Holy Grail, participação de Justin Timberlake, e Part II (On the Run), participação de Beyoncé.


Vamos a uma análise música por música do disco:

Holy Grail (feat. Justin Timberlake): É a melhor música do álbum, sem dúvidas. Apesar de não parecer, tanto a parte cantada por JT quanto a parte rimada por Jay falam da relação entre os artistas e a fama, inclusive citando versos do clássico "Smells Like Teen Spirit", do Nirvana. Os destaques são a última parte dos versos, em que há mudança da batida e citação à lenda Michael Jackson, e toda a parte cantada por Justin, que é sensacional.

Picasso Baby: A música tem uma ótima batida e mostra um pouco da sofisticação e da marra muito presentes nas músicas do Jay Z, inclusive com o rapper se auto-entitulando em Pablo Picasso moderno. É outra música em que a mudança de batida do meio pro final ajuda demais a melhorá-la.

Tom Ford: Pra quem não sabe, Tom Ford é um estilista muito conceituado, e virou nome de música,
 na qual Hov diz que não se vicia em ecstasy ("I don't pop molly"), mas sim nas criações do estilista ("I rock Tom Ford"). A indicação pra melhor performance de rap no Grammy confirma a qualidade da beat da música, uma das melhores do álbum.

FuckWithMeYouKnowIGotIt (feat. Rick Ross): Não gosto muito dessa música, muito porque acho o verso do Rick Ross bem fraco, apesar da batida da música ser muito boa. É uma daquelas músicas típicas do Jay Z em que ele dispara tudo o que pode e faz com a montanha de dinheiro que tem.

Oceans (feat. Frank Ocean): Rivaliza com Holy Grail como a melhor do álbum. O temática da música se funda dos oceanos, e em como eles fizeram parte da vida dos antepassados negros de ambos os artistas, trazidos como escravos para os Estados Unidos. O refrão é profundo demais, e se torna brilhante com a interpretação do Frank Ocean. O sentimento que essa música transmite é muito difícil de ser traduzido em palavras.

F.U.T.W.: É uma das melhores batidas do disco, e o flow do Jay também é muito bom nessa música. Ainda assim, não é uma daquelas que mais me chamou a atenção.

Somewhere in America: Aqui Jay Z conseguiu fazer uma excelente música de ostentação do seu dinheiro, brincando com a "high society" branca americana, se vangloriando de como é capaz de fazer dinheiro ("1 million, 2 million, 3 million, 20 million, oh I'm so good at math"), além de relacionar o Instagram e o twerk da Miley Cyrus com a venda de cocaína. Isso tudo com um instrumental sensacional, fazendo dessa uma das melhores do álbum.

Crown, Heaven e Versus: São três músicas muito bem produzidas, mas que não me cativaram muito em nenhum aspecto. A batida de Crown, o refrão, a referência a "Losing My Religion" e a parte final de
Heaven, e as rimas do Jay Z em Versus são os destaques.

Part II (On the Run) (feat. Beyoncé): É mais uma ótima música do casal mais famosos do mundo da música, e foi indicada a melhor colaboração de rap no Grammy. A voz de Beyoncé ajuda bastante a tornar a música muito agradável de se ouvir, mas os versos de Jay-Z também são bons.

Beach is Better: É quase um "skit", uma passagem entre duas músicas, mas é o suficiente pro Jay mostrar um pouco da sua técnica de rima.

BBC (feat. Nas, Timbaland, Beyoncé, Pharrell, Justin Timberlake): Nas e Jay estão muito bem nessa música, com dois versos excelentes. E o refrão é bem chiclete, além de ter um ótima beat.

Jay Z Blue: Uma das melhores do álbum, na qual Jay transmite um pouco de seus sentimentos sobre sua filha Blue Ivy. É arrepiante ouvir os samples do Notorious B.I.G e a parte final em que a batida é acelerada e as rimas do Hov impressionam.

La Familia e Nickels and Dimes: Também não me cativaram, mas os versos direcionados ao Lil Wayne na primeira e a batida da segunda valem a pena escutá-las.

Enfim, não é um clássico da discografia do rapper do Brooklyn, mas se trata de um álbum muito bem produzido e com diversas músicas muito boas. Ainda assim, está abaixo de outros álbuns de rap lançados esse ano, e até mesmo em relação ao Watch The Throne, álbum anterior do Jay Z com seu amigo Kayne West.

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